10/02/2006

PEGADA ECOLÓGICA

A Pegada Ecológica constitui uma forma de medir o impacte humano na Terra. Este conceito, desenvolvido por Mathis Wackernagel e William Rees, autores do livro “Our Ecological Footprint - Reducing Human Impact on the Earth” (1996), exprime a área produtiva equivalente de terra e mar necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos gerados por uma dada unidade de população. Pode ser calculada para um indivíduo, uma comunidade, um país, ou mesmo para a população mundial. . .
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Para calcular a Pegada Ecológica é necessário estimar o consumo de bens e serviços e a produção de resíduos da unidade de população em estudo. Esses bens e serviços incluem várias categorias, como os alimentos, o vestuário, o transporte, a energia, o lazer, a habitação, os produtos com origem na madeira (lenha, papel, mobiliário...), etc. Posteriormente, estima-se a área necessária à produção de cada item, dividindo a média anual de consumo desse item, pela média da sua produtividade. Cada uma dessas áreas é considerada equivalente a um tipo de área biologicamente produtiva, e a sua soma constitui a Pegada Ecológica.
As áreas biologicamente produtivas consideradas são as seguintes: área cultivada; área de pasto; área de floresta; área de recursos marinhos; área construída e área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. De notar que, nos estudos até aqui realizados, ainda não foi possível entrar em consideração com variáveis importantes, como os consumos de água e a libertação de poluentes tóxicos. . A Pegada Ecológica encontrada para Portugal foi de 5,0 ha/capita, integrando as seguintes componentes: 1,2 ha/capita de área cultivada; 0,7 ha/capita de área de pasto; 0,5 ha/capita de área de floresta; 0,2 ha/capita de área de recursos marinhos; 0,4 ha/capita de área construída; 2 ha/capita de área de floresta necessária para absorver as emissões de dióxido de carbono associadas ao consumo de combustíveis fósseis. Com uma biocapacidade de 2,2 ha/capita, o nosso país apresentou um défice ecológico de 3,4 ha/capita. . .
O excesso de consumo dos recursos que a natureza disponibiliza, por parte da população humana, principalmente pelos países mais desenvolvidos, é uma realidade a que urge dar resposta, através da alteração dos hábitos de consumo e da preservação dos ecossistemas.
Caso contrário, com a aceleração das alterações ecológicas à escala regional e global, na forma de alterações climáticas, redução da camada de ozono, perda de solos produtivos, de recursos hídricos subterrâneos e de biodiversidade, desflorestação e sobrexploração de recursos pesqueiros, corre-se o risco da “Pegada da Humanidade” esmagar a Terra que a sustenta.
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