27/11/2006

Diário de Bordo

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Na Rota do Rio Vydra
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Parque Nacional de Sumava

Semana Bio

Durante a última semana decorreu em Portugal a Semana Nacional da Agricultura Biológica, com o lema "Bio é para todos", com acções de norte a sul do País, teve como objectivo informar os consumidores sobre este modo de cultivo. Durante toda a semana, foram promovidas várias iniciativas como palestras, visitas a quintas biológicas, degustações e promoções em hipermercados e restaurantes.
Com acções direccionadas para os consumidores, as organizações dos eventos pretenderam divulgar as vantagens da agricultura biológica. Essas vantagens reflectem-se na saúde do consumidor, cuja alimentação passa a ser constituída por produtos mais nutritivos, com um sabor mais puro e sem pesticidas. A agricultura biológica é ainda vantajosa para o ambiente, preserva a água pura, protege a fertilidade do solo, permite a revitalização da po-pulação rural e contribui para a criação de novos empregos permanentes.
Segundo o jornal Publico mais de 700 "iniciativas de sucesso" e sete mil refeições biológicas servidas no país foi o balanço da primeira Semana Nacional da Agricultura Biológica, uma "aposta ganha" para a organização, que pretende repetir o evento em 2007.
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EM DESTAQUE
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"A semana foi marcada pelo lançamento do primeiro leite biológico de produção nacional e pela distribuição inédita de 150 mil folhetos informativos."
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"O Presidente da República Cavaco Silva, defendeu o desenvolvimento da agricultura biológica em Portugal, onde a procura destes produtos é maior que a produção, e considerou «um mito» a questão dos preços elevados dos alimentos biológicos."
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"Segundo informação disponibilizada pela Interbio, o sector da agricultura biológica conheceu "um crescimento espectacular nos últimos 15 anos", constituindo uma "aposta estratégica da União Europeia e de Portugal". Lisboa, Porto, Évora e Alpiarça são alguns dos concelhos onde existem já mercados ou feiras exclusivamente dedicados à agricultura e pecuária biológicas."
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"Durante a Semana Nacional de Agricultura Biológica, o ministro da Agricultura, Jaime Silva, anunciou que o Governo vai apoiar o sector e a certificação dos seus produtos em 2007, disponibilizando seis milhões de euros."
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"Em Portugal são aplicadas 23 mil toneladas de pesticidas por ano, o que torna o país o quinto maior consumidor mundial destes químicos por unidade de superfície agrícola."
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Ao ler os artigos sobre o tema constatei, que o principal motivo de preocupação das pessoas são os preços elevados dos alimentos biológicos.
Fica aqui a sugestão; se mais alimentos forem comprados e mais gente comprar, mais os preços baixam e mais o sector floresce.

Biológico é Melhor...

Biológico é melhor?
Afirma o Guia dos Produtos de Qualidade, editado pelo Ministério da Agricultura, que "os produtos agrícolas e os géneros alimentícios obtidos através deste modo de produção têm geralmente excelentes características organolépticas e nutritivas". Ou seja, são bons e fazem bem.
Diversos estudos confirmam que os alimentos biológicos são substancialmente mais saudáveis relativamente aos convencionais. Isto porque, citando a Associação Portuguesa de Mulheres Agricultoras, os alimentos assim produzidos “apresentam em média 63% mais cálcio, 73% mais ferro, 118% mais magnésio, 178% mais molibdénio, 91% mais fósforo, 125% mais potássio e 60% mais zinco”. Além disso, “têm níveis mais elevados de anti-oxidantes com capacidades anti-cancerígenas, estimulantes do sistema imunológico e redutores do efeito de envelhecimento.” Como se não bastasse, “contêm 6 vezes mais ácido salisílico, substância responsável pela acção anti-inflamatória da aspirina e que ajuda a combater o endurecimento das artérias e o cancro do intestino”. Os alomentos biológicos têm ainda, em média, “maiores índices de vitamina C, minerais e nutrientes” e “contêm menos água”. Outra vantagem é que a utilização de composto e adubo orgânico contribui “para a redução de infecções por Escherichia coli e micotoxinas nos alimentos”, o que quer dizer que provocam menos intoxicações alimentares. No caso especifico dos ovos de produção biológica, aquela associação refere que contêm “em média quatro vezes mais vitamina A”.
Boas razões, para optar pela agricultura biológica.

Komodo

O Dragão de Komodo Varanus komodoensis, é a maior espécie de lagarto e também uma das descobertas mais recentes. Desconhecido para a ciência ocidental até 1912, os dragões de Komodo vivem somente em algumas pequenas ilhas no arquipélago indonésio, apesar de que seus parentes próximos, como os lagartos monitores, são encontrados no resto do planeta. Famosos pelo seu tamanho, poder e aparência de dinossauro, os dragões de Komodo são caçadores habilidosos que, frequentemente, caçam em grupos grandes animais. Embora sendo volumosos, eles podem se locomover com rapidez, sendo capazes de caçar humanos, porcos, veados e cabras. Através das suas mandíbulas e garras, eles podem matar a maioria das presas com rapidez. Normalmente, os animais que conseguem escapar das suas garras, morrem por infecções de uma bactéria alojada na boca do dragão. .
Devido à sua área geográfica limitada, existe apenas um pequeno número de dragões de Komodo.
Os adultos não têm predadores conhecidos e agora são protegidos por lei.
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Tamanho: Até 125kg, 3.1 metros.
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Localização: Komodo, Rinca e duas outras ilhas menores na Indonésia. .
Dieta: Porcos, cabras, veados, búfalos, cavalos, pessoas.
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Reprodução: Ovíparos, 15 a 40 ovos.
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22/11/2006

Noruega - Para Reflectir

O dia de trabalho na Noruega começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez.
"A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas deprogresso»), nem em Expos e Euros." "É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica." "Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país vereficou, que a fiança dos ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes."
"Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade. Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa."
"Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola. Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e há segurança social."
"Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios." É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós. Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.
fonte desconhecida
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18/11/2006

Diário de Bordo

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Açores - São Miguel
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São Miguel, a maior ilha do arquipélago dos Açores, tem uma superfície de 759,41 Km2, com 65 Km de comprimento e 16 Km de largura máxima. A ilha é composta por dois maciços vulcânicos separados por uma cordilheira central de baixa altitude. O ponto mais alto, pico da Vara, com 1080 m, situa-se no maciço oriental. As grandes crateras das Sete Cidades, Fogo e Furnas apresentam maravilhosas lagoas de águas cristalinas.
A primeira capital da ilha foi Vila Franca do Campo, que veio a ser arrasada por um sismo em 1522, altura em que foi transferida para Ponta Delgada. Ponta Delgada é uma cidade em constante desenvolvimento, onde se mantêm ainda as suas igrejas e palácios dos séculos XVI e XIX.
Fica aqui a sugestão de uma viagem magnífica no nosso Portugal, onde deambular pelos trilhos do interior da ilha, apreciando paisagens paradisíacas é uma experiência inesquecível. Para os amantes de tracking é local obrigatório.

"Por favor ajude George W. Bush."

Neste momento, as Nações Unidas estão a discutir uma moratória à pesca de arrasto em mar alto. Enquanto a Casa Branca apoia a protecção do mar alto, a Espanha e o Canadá estão a tentar bloquear o acordo. Segundo a União Mundial para a Conservação (World Conservation Union), a Espanha é responsável por 40 por cento das capturas por arrasto em mar alto. Entretanto, o Canadá não tem frota de pesca de arrasto em mar alto e o seu Ministro admitiu que o arrasto é destrutivo - mas, mesmo assim, opõe-se à moratória. Do lado dos Defensores dos Oceanos estão os EUA, a Austrália, a Alemanha, o Brasil, a Índia, a África do Sul, o Palau e um leque de outros países. As Nações Unidas tomarão uma decisão final até 23 de Novembro.
Noticia GreenPeace
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Navegue no site da GreenPeace e ajude a defender os oceanos!

13/11/2006

O nome “Yanomami”- O etnônimo "Yanomami" foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë, significa "seres humanos". Essa expressão opõe-se às categorias yaro (animais de caça) e yai (seres invisíveis ou sem nome), mas também a napë (inimigo, estrangeiro, "branco"). Os Yanomami remetem a sua origem à copulação do demiurgo Omama com a filha do monstro aquático Tëpërësiki, dono das plantas cultivadas. A Omama é atribuída a origem das regras da sociedade e da cultura yanomami actual, bem como a criação dos espíritos auxiliares dos pajés: os xapiripë (ou hekurapë). O filho de Omama foi o primeiro xamã. O irmão ciumento e malvado de Omama, Yoasi, é a origem da morte e dos males do mundo.
Os Yanomami e sua terra- Os Yanomami formam uma sociedade de caçadores-agricultores da floresta tropical do Norte da Amazônia cujo contacto com a sociedade nacional é, na maior parte do seu território, relativamente recente. O seu território cobre, aproximadamente, 192.000 km², situados em ambos os lados da fronteira Brasil-Venezuela na região do interflúvio Orinoco - Amazonas (afluentes da margem direita do rio Branco e esquerda do rio Negro). Constituem um conjunto cultural e lingüístico composto de, pelo menos, quatro subgrupos adjacentes que falam línguas da mesma família (Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam). A população total dos Yanomami, no Brasil e na Venezuela, é hoje estimada em cerca de 26.000 pessoas. No Brasil, a população yanomami é de 12.795 pessoas, repartidas em 228 comunidades (censo da Fundação Nacional de Saúde de 1999). A Terra Indígena Yanomami, que cobre 9.664.975 ha (96.650 km²) de floresta tropical é reconhecida pela sua alta relevância em termos de proteção da biodiversidade amazónica.

. Os antigos Yanomami- Por não possuírem afinidade genética, antropométrica ou linguística com os seus vizinhos actuais, como os Yekuana (de língua karib), geneticistas e linguistas que os estudaram deduziram que os Yanomami seriam descendentes de um grupo indígena que permaneceu relativamente isolado desde uma época remota. Uma vez estabelecido enquanto conjunto linguístico, os antigos Yanomami teriam ocupado a área das cabeceiras do Orinoco e Parima há um milénio, e ali iniciado o seu processo de diferenciação interna (há 700 anos) acabaram por desenvolver as suas línguas actuais. Segundo a tradição oral yanomami e os documentos mais antigos que mencionam este grupo indígena, o centro histórico do seu habitat situa-se na Serra Parima, divisor de águas entre o alto Orinoco e os afluentes da margem direita do rio Branco. Essa é ainda a área mais densamente povoada do seu território. O movimento de dispersão do povoamento yanomami a partir da Serra Parima em direção às terras baixas circunvizinhas começou, provavelmente, na primeira metade do século XIX, após a penetração colonial nas regiões do alto Orinoco e dos rios Negro e Branco, na segunda metade do século XVIII. A configuração contemporânea das terras yanomami tem sua origem neste antigo movimento migratório. Tal expansão geográfica dos Yanomami foi possível, a partir do século XIX e até o começo do século XX, por um importante crescimento demográfico. Vários antropólogos consideram que essa expansão populacional foi causada por transformações económicas induzidas pela aquisição de novas plantas de cultivo e de ferramentas metálicas através de trocas e guerras com grupos indígenas vizinhos (Karib, ao norte e a leste; Arawak, ao sul e ao oeste), que, por sua vez, mantinham um contato directo com a fronteira branca. O esvaziamento progressivo do território desses grupos, dizimados pelo contato com a sociedade regional em todo o século XIX, acabou favorecendo também o processo de expansão yanomami.

O uso dos recursos- O espaço de floresta usado por cada casa-aldeia yanomami pode ser descrito esquemáticamente como uma série de círculos concêntricos. Esses círculos delimitam áreas de uso de modos e intensidade distintos. O primeiro círculo, num raio de cinco quilómetros, circunscreve a área de uso imediato da comunidade: pequena colecta feminina, pesca individual ou, no verão, pesca colectiva com timbó, caça ocasional de curta duração (ao amanhecer ou ao entardecer) e actividades agrícolas. O segundo círculo, num raio de cinco a dez quilómetros, é a área de caça individual (rama huu) e da colecta familiar do dia-a-dia. O terceiro círculo, num raio de dez a vinte quilómetros, é a área das expedições de caça colectivas (henimou) de uma a duas semanas que antecedem os rituais funerários (cremações dos ossos, enterros ou ingestões de cinzas nas cerimônias intercomunitárias reahu), bem como das longas expedições plurifamiliares de colecta e caça (três a seis semanas) durante a fase de maturação das novas roças (waima huu). Encontram-se também nesse "terceiro círculo" tanto as roças novas quanto as antigas, junto às quais se acampa esporadicamente Os Yanomami costumavam passar entre um terço a metade do ano acampados em abrigos provisórios (naa nahipë) em diferentes locais dessa área de floresta mais afastada da sua casa coletiva ou aldeia. Esse tempo de vida na floresta tende a diminuir quando se estabelecem relações de contacto regular com os brancos, dos quais os Yanomami ficam dependentes para ter acesso a remédios e mercadorias.

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Urihi, a terra-floresta- A palavra yanomami "urihi" designa a floresta e seu chão. Significa também território: ipa urihi, "minha terra", pode referir-se à região de nascimento ou à região de moradia actual do enúnciador; yanomae thëpë urihipë, "a floresta dos seres humanos", é a mata que Omama deu para os Yanomami viverem de geração em geração; seria, em nossas palavras, "a terra yanomami". Urihi pode ser, também, o nome do mundo: urihi a pree, "a grande terra-floresta".Uma geografia cosmológica. Fonte de recursos, urihi, a terra-floresta, não é, para os Yanomami, um simples cenário inerte submetido à vontade dos seres humanos. Entidade viva, ela tem uma imagem essencial (urihinari), um sopro (wixia), bem como um princípio imaterial de fertilidade (në rope). Os animais (yaropë) que abriga são vistos como avatares dos antepassados míticos homens/animais da primeira humanidade (yaroripë) que acabaram assumindo a condição animal em razão do seu comportamento descontrolado, inversão das regras sociais actuais. Nas profundezas emaranhadas da urihi, nas suas colinas e nos seus rios, escondem-se inúmeros seres maléficos (në waripë), que ferem ou matam os Yanomami como se fossem caça, provocando doenças e mortes. No topo das montanhas, moram as imagens (utupë) dos ancestrais-animais transformadas em espíritos xamânicos xapiripë. Os xapiripë foram deixados por Omama para que cuidassem dos humanos. Toda a extensão de urihi é coberta pelos seus espelhos onde brincam e dançam sem fim. No fundo das águas, esconde-se a casa do monstro Tëpërësik«, sogro de Omama, onde moram também os espíritos yawarioma, cujas irmãs seduzem e enlouquecem os jovens caçadores yanomami, dando-lhes, assim, acesso à carreira xamânica.

Os espíritos xapiripë- A iniciação dos pajés é dolorosa e estática. Ao longo dela, inalando por muitos dias o pó alucinogénico yãkõana (resina ou fragmentos da casca interna da árvore Virola sp. secados e pulverizados) sob a condução dos mais antigos, aprendem a "ver/ conhecer" os espíritos xapiripë e a "responder" aos seus cantos. Os xapiripë são vistos sob a forma de miniaturas humanóides enfeitadas de ornamentos cerimoniais coloridos e brilhantes. Sua dança de apresentação é comparada à ruidosa e alegre chegada de grupos convidados, ricamente adornados, numa festa intercomunitária reahu. São, sobretudo, "imagens" xamânicas (utupë) de entes da floresta. Existem xapiripë de mamíferos, pássaros, peixes, batráquios, répteis, lagartos, quelónios, crustáceos e insetos. Existem espíritos de diversas árvores, espíritos das folhas, espíritos dos cipós, dos méis silvestres, da água, das pedras, das cachoeiras… Muitos são também "imagens" de entidades cósmicas (lua, sol, tempestade, trovão, relâmpago) e de personagens mitológicas. Existem também humildes xapiripë caseiros, como o espírito do cachorro, o espírito do fogo ou da panela de barro. Existem, enfim, espíritos dos "brancos" (os napënapëripë, mobilizados, por homeopatia simbólica, para combater as epidemias) e de seus animais domésticos (galinha, boi, cavalo).O trabalho dos pajés- Uma vez iniciados, os pajés yanomami podem chamar até si os xapiripë, para que estes actuem como espíritos auxiliares. Esse poder de conhecimento/ visão e de comunicação com o mundo das “imagens/essencias vitais” (utupë) faz dos pajés os pilares da sociedade yanomami. Escudo contra os poderes maléficos oriundos dos humanos e dos não-humanos que ameaçam a vida dos membros das suas comunidades, eles são também incansáveis negociadores e guerreiros do invisível, dedicados a domar as entidades e as forças que movem a ordem cosmológica. Controlam a fúria dos trovões e dos ventos de tempestade, a regularidade da alternância do dia e da noite, da seca e das chuvas, a abundância da caça, a fertilidade das plantações, sustentam a abóbada do céu para impedir sua queda (a terra atual é um antigo céu caído), afastam os predadores sobrenaturais da floresta, contra-atacam as investidas de espíritos agressivos de pajés inimigos e, principalmente, curam os doentes, vítimas da malevolência humana (feitiçarias, xamanismo agressivo, agressões ao duplo animal) ou não-humana (advinda dos seres maléficos në waripë). Ver os espíritos xapiripë- Para desenvolver as suas sessões, os pajés inalam o pó yãkõana, considerado como a comida dos espíritos. Sob seu efeito, dizem "morrer": entram num estado de transe visionário durante o qual "chamam" a si e "fazem descer" vários espíritos auxiliares, com os quais acabam identificando-se, imitando as coreografias e cantos de cada um em função da sua mobilização na pajelança (designam-se os pajés como xapiri thëpë, "gente espírito"; o fazer pajelança diz-se xapirimu, "agir enquanto espírito"). Assim, quando "os seus olhos morrem", os pajés adquirem uma visão/ poder que, ao contrário da percepção ilusória da "gente comum" (kua përa thëpë), lhes dá acesso à essência dos fenómenos e ao tempo de suas origens, portanto, à capacidade de modificar seu curso.

É ASSIM...

11/11/2006

Estrela

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Secretário de Estado do Ambiente apadrinha reflorestação da Estrela . O Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, esteve na passada sexta-feira em Manteigas onde apadrinhou o lançamento da campanha ‘Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela’, promovida pela Associação Cultural dos Amigos da Serra da Estrela (ASE). Naquela oportunidade, Humberto Rosa, o Presidente do Instituto de Conservação da Natureza (ICN), João Menezes, o Presidente da Câmara de Manteigas, João Manuel Biscaia, o Director do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), Fernando Matos, e representantes de outras entidades ‘ajudaram’ cerca de quarenta alunos das escolas de Manteigas na plantação das primeiras 900 bolotas que irão contribuir para a reflorestação de uma vasta área afectada pelos incêndios, em pleno Vale Glaciar do Zêzere.A ASE tenciona promover a campanha até Março, convidando os alunos das escolas de todo o país a visitarem a serra e a darem o seu contributo, semeando bolotas que mais tarde darão origem a bosques de carvalhos nos locais onde actualmente não existem árvores devido aos incêndios florestais.“Este projecto só faz sentido se as escolas aderirem”, sublinhou o vice-presidente da ASAE e coordenador da iniciativa, José Maria Saraiva, sublinhando ainda que um dos objectivos passa por “estabilizar os solos” e colmatar os efeitos dos incêndios em áreas da Serra da Estrela situadas entre os 1.400 e os 1.600 metros de altitude.“A ASE pretende contribuir para minimizar os riscos da erosão, aumentar a capacidade de retenção e do armazenamento da água, manter e fomentar a sustentabilidade dos recursos naturais e da biodiversidade”, acrescentou, salientando ainda a preocupação de garantir a manutenção futura da actividade pastoril, melhorar a paisagem e, consequentemente, a promoção do turismo.Aspecto particularmente salientado por José Maria Saraiva foi o inédito envolvimento da Força Aérea Portuguesa numa acção deste tipo e que irá proporcionar, com o recurso a um helicóptero, o transporte das plantas até locais de difícil acesso por outra via que não a aérea.“Com esta nossa campanha pretendemos fazer com que se criem bosques de carvalhos que estarão formados daqui por vinte anos”, reforçou o vice-Presidente da ASAE, associação que pretende agora que “haja muitas visitas de escolas ao Parque Natural da Serra da Estrela, porque quantas mais visitas houver, mais bolotas temos para semear”.“Temos de dar umaajuda à natureza”Depois de lembrar que em 2005 arderam cerca de 11 mil hectares na aérea do PNSE e que, neste ano de 2006, o fogo devastou cerca de 800 hectares, Fernando Matos, Director daquela área protegida, sublinhou a realização de várias acções levadas a cabo no sentido de recuperar as zonas ardidas. Nesse sentido, congratulou-se com a realização daquela acção, que considerou “extremamente importante em termos de prevenção ambiental”, considerando ainda o carvalho “a espécie mais indicada para podermos intervir aqui”.No encerramento da sessão, o Secretário de Estado do Ambiente lembrou que “antes de haver pessoas já havia árvores e fogos florestais”, lamentou o facto de 2005 ter sido “um ano negro para o PNSE” e defendeu que “precisamos ter menos resinosas e mais folhosas”.Considerando que “temos de dar uma ajuda à natureza e contar com todos que gostam da Serra para isso”, o governante advogou que “o visitante de uma área protegida deve pagar pela sua conservação”, acrescentando ainda que “quando um visitante se desloca à Serra da Estrela deve deixar o parque melhor do que o encontrou”.“Onde há um carvalhal, temos menos fogo e melhor qualidade de vida para todos”, referiu ainda, reconhecendo que esta campanha “é o tipo de iniciativa que se pode expandir para qualquer parte do território nacional”.Após a sessão, que decorreu na Casa da Roda, em Manteigas, houve lugar à primeira plantação, em pleno Vale Glaciar do Zêzere, tendo José Maria Saraiva admitido que “plantar 300 mil carvalhos até Março já será uma vitória”.A ASAE sublinha que para participar na campanha, os alunos não têm de comprar as bolotas, devendo antes apanhar bolota na região, desde Trancoso, Sabugal, Fundão, Belmonte, Covilhã, Celorico da Beira, Gouveia, Seia e Oliveira do Hospital. Quem apanha as bolotas não tem de as semear. As sementes serão entregues nas instalações da associação que as manterá em boas condições de armazenamento até que ocorra a sua sementeira. Naquele mesmo dia, a Associação de Agricultores do Distrito da Guarda (ADAG), ali representada por António Machado e Luís Gonzaga, entregou 30 quilos de bolota que, posteriormente, irão ser plantadas, no âmbito da campanha.
Noticia JornalRegional

08/11/2006

Diário de Bordo

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SLOVENSKÝ RAJ
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Slovenský raj, que em português significa Paraíso Eslovaco é um parque natural situado no centro da Eslováquia na região de Poprad. Com uma paisagem magnífica e diversificada é um lugar onde podemos encontrar uma enorme variedade de espécies de plantas, mas principalmente de animais como ursos e lobos. A elevação das montanhas não é particularmente alta (500m-1700m), no entanto tem inúmeras ravinas que proporcionam aos visitantes percorrerem trilhos com altas doses de adrenalina. As ravinas mais bonitas são: Kysel, Dolina de Sokolia, Velky e Maly. Além das belas paisagens e da grande biodiversidade o parque é rico em cavernas como a Stratena com 18,5 quilómetros onde é possível observar fosseis de ursos. Fica aqui a sugestão para quem goste de tracking mais radical! Não aconselhável a pessoas com vertigens!

07/11/2006

Aquecimento Global

O Aquecimento global é um fenómenos climático de larga extensão, um aumento da temperatura média superficial global que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O significado deste aumento de temperatura é objecto de análise por parte dos cientistas. Causas naturais ou responsabilidade humana? Grande parte da comunidade científica acredita que o aumento de concentração de poluentes de origem humana na atmosfera é causa do efeito estufa. A Terra recebe radiação emitida pelo Sol e devolve grande parte dela para o espaço através de radiação de calor. Os poluentes atmosféricos retêm uma parte dessa radiação que seria reflectida para o espaço, em condições normais. Essa parte retida causa um importante aumento do aquecimento global. Denomina-se efeito de estufa à absorção, pela atmosfera, de emissões infravermelhas impedindo que as mesmas escapem para o espaço exterior.
O efeito de estufa é uma característica da atmosfera terrestre, sem este efeito a temperatura seria muito mais baixa. O desequilíbrio actual acontece porque este efeito está a aumentar progressivamente. Os principais gases causadores do efeito de estufa são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) e CFCs (clorofluorcarbonetos). Actualmente as suas concentrações estão a aumentar. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumenta devido à sua libertação através da indústria, transportes e pela desflorestação (as plantas retiram o dióxido de carbono da atmosfera). A principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações meteorológicas em todo o globo desde 1860. Os dados mostram que o aumento médio da temperatura foi de 0.5 ºC durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000. Evidências secundárias são obtidas através da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas geladas que estão a diminuir, do aumento do nível global dos mares, do El Niño e outros eventos extremos de mau tempo. Maiores períodos de seca, furacões mais intensos e inundações são cada vez mais frequentes. O Protocolo de Quioto visa a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Contudo os EUA, o maior poluidor mundial, ainda não assinou esse protocolo.

Portugal dos Mais afectados com o Aquecimento Global

Portugal, Espanha e França estão entre os países europeus mais afectados pelo aquecimento global, segundo um relatório britânico divulgado, que aponta consequências como a falta de água, as ondas de calor e os fogos florestais, noticia a agência Lusa. O relatório Stern, encomendado pelo governo britânico ao ex-responsável do Banco Mundial Nicholas Stern, evidencia as grandes variações climáticas na Europa salientando que as regiões vão ser afectadas de maneira diferente. «O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do stress hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados. Isto poderá levar a uma mudança para Norte no que respeita ao turismo de Verão, agricultura e ecossistemas», refere o documento. O Norte da Europa poderá registar um aumento na produtividade agrícola (com a adaptação à subida das temperaturas) e menos necessidade de gastar energia no Inverno. Mas os verões mais quentes vão aumentar a necessidade de ar condicionado. O derretimento das neves alpinas e padrões de precipitação mais extremos podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas como as do Danúbio, Reno e Ródano. O estudo prevê também que muitos países costeiros em toda a Europa sejam vulneráveis à subida do nível do mar. A Holanda, onde 70 por cento da população seria ameaçada com uma subida de um metro no nível do mar, é o país que se encontra mais em risco. O relatório refere ainda que os países desenvolvidos de latitudes mais baixas (caso de Portugal) são os mais vulneráveis. A escassez de água nesta região vai limitar o efeito de fertilização do carbono e levar a quebras substanciais na agricultura. Os custos dos fenómenos extremos como tempestades, cheias, secas e ondas de calor vão aumentar rapidamente com temperaturas mais altas, neutralizando alguns dos benefícios iniciais associados às alterações climáticas. As ondas de calor, como a que aconteceu na Europa em 2003, provocando a morte de 35 mil pessoas e prejuízos de 11,7 mil milhões de euros na agricultura, serão comuns em meados do século. Nas latitudes mais baixas, espera-se um aumento global do consumo de energia, devido à maior procura de ar condicionado no Verão. Nestas regiões, as mortes durante o Verão devem ultrapassar a redução de óbitos durante o Inverno, levando a um aumento global da mortalidade. Da mesma maneira, o turismo pode mudar-se para norte, já que as regiões mais frias vão passar a ter verões mais quentes, enquanto as regiões mais quentes do Sul da Europa vão sofrer uma maior frequência de ondas de calor e reduzir a disponibilidade de água.
Notícia Portugal Diário